Acredito que identidade profissional docente é construída a todo instante no decorrer da atividade laboral. Além disso, é necessário que o professor colabore com mais essa tarefa. Fazer este exercício demanda buscas, pesquisas que o levem a compreender os labirintos do “seu” ser humano. Os diferentes contextos educacionais, as especialidades de sua formação acadêmica, as diferentes culturas, a filosofia, a educação e a pedagogia articuladas com a filosofia e sociedade são caminhos que o professor precisa percorrer para não perder-se em si mesmo. Neste contexto de atuação docente, que compreende a teoria e a prática, está o aluno (a quem eu vou chamar de “avaliado”) apresentando-nos, segundo, minhas avaliações, seus acertos, falhas, erros, enganos, pontos positivos e negativos. Nesta soma, tenho como resultado, a minha própria atuação. Contudo, eu ainda o olho como olho para mim - um ser incompleto, que vive aprendendo a cada instante e que passa por inúmeras avaliações. Gostamos de avaliar. Avaliamos sim! Rigorosa e radicalmente Penso que é porque queremos saber o que somos e o que estamos fazendo com nosso saber. Queremos medir a nossa capacidade de agente transmissor para que no ato de ensinar esteja implícita a responsabilidade de saber se sei ensinar. Quando o aluno me aprende, identifico-me com ele, ressalto sua inteligência, alegrando-se com a minha. Isto porque tendemos a ver as coisas com outros olhos, com os olhos da lógica do sentido próprio. Com resultados positivos, seu mundo intelectual se alarga, se clarifica, foge do senso-comum sobre ensino aprendizagem. O que quero lhes dizer é que a atuação profissional dificilmente terá um peso maior do que o peso do resultado de avaliações que fazemos. Portanto, tudo isso e outras coisas, alimentam mais ainda a construção da identidade docente como um todo. É a única justificativa que pode sinalizar uma mudança na figura da identidade do professor, ou seja, quanto mais reconhecimento e respeito perante a sociedade em geral o “avaliado” conquistar mais tendemo-nos revelar sobre a reconstrução da nossa identidade. Isso não acontece num estalo. Esta conquista pode levar o tempo da movimentação da sociedade. Uma vida profissional sem as experiências avaliativas, torna se oca. (isto tem a ver com a afirmação de Wittgenstein – “o signo é a senha da linguagem”, 1951), clareza, compreensão, criatividade, raciocínio crítico e imaginação - vivências, conflitos, problemas, trocas de idéias. -, é o que pode ampliar a linguagem e culturas, solidificando a visão de mundo profissional do educador de modo geral. Neste caminhar que compreende o exercício da teoria e prática avaliativa, o professor terá muito mais possibilidade de se conhecer, de se aceitar. Como pessoa que ainda não tem identidade selada pode afirmar que é nas coisas, nos fatos, e nos objetos mais simples que podemos encontrar o conhecimento consistente e real do significado da nossa profissão, à essência das coisas estão expostas “nele” e em mim. Sócrates afirmara que “... só sei que nada sei...”. Como ilustre pensador reconhecera que não sabia muita coisa diante da extensa e imensa complexidade do conhecimento humano. Contudo, não era á toa que ele indagava as pessoas, os escravos de sua época em relação às questões atemporais e outras. Quero lhes dizer que Sócrates tinha plena consciência de suas limitações. Por isso continuava na busca da compreensão do homem, da vida, sua sociedade. Um outro pensamente socrático com muita simplicidade, mas com um peso de extrema profundidade e ampliação indagava “conhece a ti mesmo?”. Pelo que dá a entender é que o ser humano não se conhece profundamente, desconhece sua verdadeira origem, não sabe para onde vai... – Ainda mais quando se aventura a ensinar alguém... Quando avalia alguém... Caminhar nessa direção para encontrar algumas saídas no labirinto da identidade profissional, é conveniente que o “avaliado” continue sendo parte sua.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Reflexões sobre a identidade do professor na sociedade atual.
Acredito que identidade profissional docente é construída a todo instante no decorrer da atividade laboral. Além disso, é necessário que o professor colabore com mais essa tarefa. Fazer este exercício demanda buscas, pesquisas que o levem a compreender os labirintos do “seu” ser humano. Os diferentes contextos educacionais, as especialidades de sua formação acadêmica, as diferentes culturas, a filosofia, a educação e a pedagogia articuladas com a filosofia e sociedade são caminhos que o professor precisa percorrer para não perder-se em si mesmo. Neste contexto de atuação docente, que compreende a teoria e a prática, está o aluno (a quem eu vou chamar de “avaliado”) apresentando-nos, segundo, minhas avaliações, seus acertos, falhas, erros, enganos, pontos positivos e negativos. Nesta soma, tenho como resultado, a minha própria atuação. Contudo, eu ainda o olho como olho para mim - um ser incompleto, que vive aprendendo a cada instante e que passa por inúmeras avaliações. Gostamos de avaliar. Avaliamos sim! Rigorosa e radicalmente Penso que é porque queremos saber o que somos e o que estamos fazendo com nosso saber. Queremos medir a nossa capacidade de agente transmissor para que no ato de ensinar esteja implícita a responsabilidade de saber se sei ensinar. Quando o aluno me aprende, identifico-me com ele, ressalto sua inteligência, alegrando-se com a minha. Isto porque tendemos a ver as coisas com outros olhos, com os olhos da lógica do sentido próprio. Com resultados positivos, seu mundo intelectual se alarga, se clarifica, foge do senso-comum sobre ensino aprendizagem. O que quero lhes dizer é que a atuação profissional dificilmente terá um peso maior do que o peso do resultado de avaliações que fazemos. Portanto, tudo isso e outras coisas, alimentam mais ainda a construção da identidade docente como um todo. É a única justificativa que pode sinalizar uma mudança na figura da identidade do professor, ou seja, quanto mais reconhecimento e respeito perante a sociedade em geral o “avaliado” conquistar mais tendemo-nos revelar sobre a reconstrução da nossa identidade. Isso não acontece num estalo. Esta conquista pode levar o tempo da movimentação da sociedade. Uma vida profissional sem as experiências avaliativas, torna se oca. (isto tem a ver com a afirmação de Wittgenstein – “o signo é a senha da linguagem”, 1951), clareza, compreensão, criatividade, raciocínio crítico e imaginação - vivências, conflitos, problemas, trocas de idéias. -, é o que pode ampliar a linguagem e culturas, solidificando a visão de mundo profissional do educador de modo geral. Neste caminhar que compreende o exercício da teoria e prática avaliativa, o professor terá muito mais possibilidade de se conhecer, de se aceitar. Como pessoa que ainda não tem identidade selada pode afirmar que é nas coisas, nos fatos, e nos objetos mais simples que podemos encontrar o conhecimento consistente e real do significado da nossa profissão, à essência das coisas estão expostas “nele” e em mim. Sócrates afirmara que “... só sei que nada sei...”. Como ilustre pensador reconhecera que não sabia muita coisa diante da extensa e imensa complexidade do conhecimento humano. Contudo, não era á toa que ele indagava as pessoas, os escravos de sua época em relação às questões atemporais e outras. Quero lhes dizer que Sócrates tinha plena consciência de suas limitações. Por isso continuava na busca da compreensão do homem, da vida, sua sociedade. Um outro pensamente socrático com muita simplicidade, mas com um peso de extrema profundidade e ampliação indagava “conhece a ti mesmo?”. Pelo que dá a entender é que o ser humano não se conhece profundamente, desconhece sua verdadeira origem, não sabe para onde vai... – Ainda mais quando se aventura a ensinar alguém... Quando avalia alguém... Caminhar nessa direção para encontrar algumas saídas no labirinto da identidade profissional, é conveniente que o “avaliado” continue sendo parte sua.
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